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Ensinar autoestima aos nossos filhos: como educar para a confiança?

Enquanto os filhos ainda estão a perceber como “navegar” no dia a dia, os pais acabam por ser a sua maior bússola. As crianças convertem-se no maior espelho dos pais, sendo diretamente impactados pela educação que recebem. Assim se formam características essenciais como a personalidade, os gostos, os medos e, acima de tudo, a autoestima.

A autoestima não é algo que nasça connosco ou que construamos sozinhos. É, antes, o produto dos ambientes em que existimos, das censuras ou encorajamentos dados por terceiros ou mesmo dos comportamentos à nossa volta.

Perante filhos-esponja, como garantir que a atenção e educação dadas são suficientes para fortalecer a confiança? Bárbara Ramos Dias, psicóloga especializada em crianças, adolescentes e coaching de pais, responde.

“Mais do que os elogios e recompensas, o importante são as regras firmes e os limites concisos, sempre com muito amor, valorizar o esforço, sem gritos e críticas constantes”, afirma.

 

Combinar palavras e ações

Uma boa autoestima torna as crianças mais resistentes, facilita o seu processo de autodescoberta e faz com que estes valorizem não só o seu próprio trabalho, mas também o dos outros. O primeiro mandamento para alcançar estes benefícios é simples, embora contrário a muitas educações “à moda antiga”: não gritar.

“O pior inimigo das crianças são os gritos, lembrem-se! Respirem fundo, e falem com calma, não é por gritar que eles ouvem mais, antes pelo contrário”, alerta a psicóloga.

Como tal, há que trocar os sermões por outras abordagens. Que tal substituir um “não fazes nada de jeito” por um “não faz mal, sei que da próxima vez vais conseguir”? Um “não estudas nada e por isso tens más notas” por um “eu acredito em ti e no teu esforço”? Pequenas mudanças de linguagem podem fazer toda a diferença.

Reconheça o esforço, elogie e atreva-se mesmo a brincar um pouco. “Por exemplo, deixar um post it em cima da tolha em cima da cama a dizer ‘socorro, tira-me daqui… à noite a cama vai estar molhada’. Assim não precisam de gritar, nem de dar sermões que ninguém ouve”, sugere Bárbara Ramos Dias.

Além de desenvolver este jogo de cintura, não se esqueça de dar o exemplo. Mostre ao seu filho que “tem amor próprio, que cuida de si, que se respeita e que gosta de si, mesmo com algumas imperfeições”. Na área da autoestima, palavras e ações andam de mãos dadas.

 

Estragar com mimos?!

São raros os pais que nunca foram alertados para o perigo dos mimos em excesso. Estragar a criança com mimos é algo que muitos acabam por temer, pensando que esta terá dificuldades em ultrapassar obstáculos no futuro. Bárbara Ramos Dias afirma que tal não poderia estar mais longe da verdade.

“Os mimos nunca são exagero. Todos nós gostamos de carinho, de colo e mimo. Nunca é demais! Amor e regras firmes são a chave do sucesso”, afirma.

Não é necessário abdicar do carinho para delegar às crianças capacidade de lidar com problemas. Aliás, é importante mostrar aos mais novos que, por muito que a vida possa apresentar os seus desafios, estes terão sempre “o seu castelo, o seu cantinho seguro”.

Reforçar o aconchego e a atenção positiva é, certamente, possível, ao mesmo tempo que se impõem limites claros. No fundo, quem ama tem sempre estas duas faces – a da crítica construtiva e a do carinho. Mais uma vez, chegar a um equilíbrio é essencial.

“Saber dizer não, ensinar que conseguem tudo o que querem, têm é de querer e lutar por isso, criar balizas de comportamento, brincadeiras, incentivos em vez de castigos, muita demonstração de afeto e amor. Assim, criamos crianças mais seguras e confiantes”, diz Bárbara Ramos Dias.

 

Dar asas para voar

Mais do que dizer à criança que ela é capaz, os pais devem encorajá-la a experimentar atividades que ponham à prova as suas capacidades. Deixar que os mais novos experimentem atividades extracurriculares que puxem pelo exercício físico, por exemplo, é uma boa maneira de começar.

“O exercício trabalha a capacidade para lidar com a frustração, os limites, o respeito pelo outro, a competitividade, a resiliência e, além disso, produz serotonina que é a hormona do bem-estar, o que faz com que se sintam mais felizes e não pensem tanto em PC, jogos, telemóveis e redes”, afirma Bárbara Ramos Dias.

Proteger em excesso é algo a evitar, visto que isola a criança do mundo ao seu redor. Proibir os mais novos de experimentarem e, porventura, de errarem faz com que fiquem “mais frágeis, incapazes e inseguros”. Nas palavras da psicóloga, o truque passa por “dar liberdade com responsabilidade, deixá-los cair e estar lá para ajudar a levantar”.

Quando uma criança começa a viver a sua vida, é impossível que tudo corra bem. O papel dos pais está em dar colo, recorrer a palavras firmes como “estou aqui contigo”, valorizar sentimentos e encontrar compreensão, por muito difícil que seja. Ao demonstrar que acreditamos nos nossos filhos, sem demonizar falhas com um “eu bem te avisei”, eles também começam a acreditar neles. Aí é que nada os pode parar.

 

Por: Estrelas & Ouriços

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