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A igualdade na hora de brincar

Com a chegada do Natal e da azáfama dos presentes, falar de igualdade na hora de escolher os presentes ganha especial relevância.

A sociedade em que vivemos sempre foi moldada por estereótipos. Rosa, azul, vestidos e carros são conceitos, à partida inocentes, que as crianças interiorizam como inerentes a um determinado género. É natural que o mesmo se passe à hora de brincar.

 

Brinquedos iguais, crianças iguais

Para pais e professores, as questões adensam-se. Será que esta divisão tão vincada tem algum fundamento biológico? Qual o papel do adulto na hora de escolher brinquedos? Segundo as psicólogas Mariana Reis Sarmento e Ana Beato, o género nunca deve influenciar o brincar.

“A escolha de brinquedos para meninas ou para meninos, deriva da expressão estereotipada de cada género. No entanto, os brinquedos em si não têm género. Não existe nenhuma condicionante física ou psicológica para uma pista de carros não ser utilizada por uma menina, ou uma boneca não ser escolhida por um menino”, afirmam.

No entanto, opiniões de profissionais divergem relativamente à eventual influência de hormonas nas escolhas das crianças. O consenso encontra-se na ideia de que qualquer tipo de comportamento é, na sua maioria, apreendido, não inato. As crianças absorvem o mundo à sua volta como uma esponja, “através da observação do comportamento dos pais”.

“É expectável que as crianças optem pelos seus brinquedos e jogos tendo em conta o que consideram expectável para o género que lhes foi atribuído à nascença”, reforçam as psicólogas.

 

A história por trás do binário

Pensar nas noções que as crianças têm de feminino e masculino como algo adquirido bate certo com a própria evolução da cultura ocidental. Apesar da expressão de género parecer fixa, esta mudou ao longo das épocas.

Há menos de 50 anos, as roupas, comportamentos e penteados que separavam o homem da mulher eram radicalmente diferentes. “Num passado recente, as mulheres apenas usavam saias ou vestidos, não sendo socialmente aceite o uso de calças pelas mesmas. No entanto, neste momento, as calças são uma peça de vestuário tão comum entre homens como entre mulheres”.

Tendências semelhantes podem ser verificadas nos brinquedos. As bonecas dos anos 50 não são iguais às bonecas de agora, pois espelhavam uma conceção de mulher diferente. A inicial magreza e aparência estereotipada de dona de casa foram trocadas por vários tamanhos, cores e profissões.

A divisão por géneros é e sempre será volátil. “Com efeito, a linguagem estabelecida, que revela a visão binária entre “feminino” e “masculino” nos brinquedos infantis, também terá que ver com a rotulação que é útil às empresas dos mesmos, para o seu público-alvo”, apontam Ana e Mariana.

 

O papel dos pais

No que toca ao papel dos pais, a melhor atitude recai no brincar e deixar brincar. Qualquer brinquedo dá a uma criança competências essenciais ao seu desenvolvimento. Como tal, “a escolha de brinquedos pode ser variada”.

“Meninas e meninos, ambos deveriam beneficiar de brinquedos que incentivem ao desporto, como uma bola de futebol, ou que aumentem os interesses por tarefas domésticas que lhes serão indispensáveis no futuro”.

A intervenção dos pais deve, no máximo, estender-se à escolha de brinquedos adaptados à faixa etária correta. Proibir uma criança de brincar com o que gosta pode ter consequências negativas, levando-a a pensar que as suas preferências estão erradas.

“Quando os adultos proíbem as crianças de optarem por brinquedos que desejam, por serem mais utilizados pelo sexo oposto, podem levar a que estas sintam que não é seguro partilhar a sua identidade, na integra, com a sua família”, concluem.

 

Educar para a diversidade

Qualquer pai procura um futuro melhor para o seu filho. Sem dúvida, os tempos e as vontades mudam, algo que se estende à forma como as crianças veem o mundo. Por um lado, as empresas de brinquedos já começam a demonstrar alguma sensibilidade em relação às questões de género.

“Vemos alguns pequenos passos, tais como grandes cadeias de brinquedos começarem a retirar o filtro “menino” e “menina” dos seus websites. Outras lojas têm uma secção sem classificação quanto ao género (apesar de terem secções para “rapazes” e “raparigas”)”, apontam Mariana Reis Sarmento e Ana Beato

Aqui e ali, catálogos de brinquedos que mostram meninas a brincar com carrinhos ou rapazes a passar a ferro começam a surgir enquanto sinal de um mundo em mudança. No entanto, a educação começa em casa. É essencial alertar as crianças para a diversidade e tolerância, zelando assim pelo seu bem-estar.

O que importa é criar estes “adultos do futuro” para serem igualmente fortes. Quando os mais novos têm liberdade para brincar, todos ganhamos.

Por: Estrelas&Ouriços

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