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Alunos mais confiantes: a importância da autoestima em contexto escolar

Continua a ser difícil para muitos adultos reconhecer os problemas dos mais novos, em particular quando estes se afastam do domínio físico. Afinal, sem responsabilidades ou um emprego, que preocupações poderiam ter? Ser criança também não é fácil, acarretando desafios típicos de uma fase de profunda autodescoberta. Um destes aspetos formativos é, sem dúvida, a formação de uma boa autoestima.

Eis uma tarefa que pede a colaboração tanto de pais como de professores. Se, por um lado, os pais comportam uma responsabilidade acrescida ao contactarem de perto com o próprio filho, por outro, os docentes conseguem encorajar pelo trabalho, trabalhando as competências de cada um.

De muitas mãos, surge uma criança confiante. Bárbara Ramos Dias, psicóloga clínica especializada em crianças, adolescentes e coaching parental, confirma a tendência. “Para mim, é um trabalho conjunto entre casa e escola, existe sempre uma grande interação”, refere.

 

O papel da escola

Em qualquer idade, ter uma boa autoestima passa por atingir um sentimento de conforto na própria pele. Há que ser confiante naquilo que cada um é, recebendo eventuais críticas sem as transformar num ataque pessoal. Na infância, este grau de conforto reflete-se profundamente a nível comportamental.

“As crianças com boa autoestima confiam nas suas capacidades, valorizam os outros, ajudam os pares e são seguras. Pelo contrário, as crianças com baixa autoestima são provocadoras, confrontadoras, rebaixam os outros para se sentirem superiores”, afirma Bárbara Ramos Dias.

Diferentes graus de autoestima conseguem, assim, impactar o bem-estar de toda a comunidade escolar. Formar crianças seguras de si ajuda a prevenir casos de bullying, a aumentar o interesse pelas matérias lecionadas, a estimular a entreajuda entre colegas. Todos ganham quando o corpo docente adota uma estratégia baseada na motivação. 

“Na escola, os alunos aprendem a interagir com os seus pares, aprendem a lidar com a frustração, a brincar, a aprender. Valorizando os talentos individuais e desvalorizando os aspetos menos bons, cria-se uma harmonia e aprendizagem com amor e pepitas de alegria”, refere.

 

Antes de criticar, valorizar

A autoestima é muito conhecida por estar ligada ao elogio. A escola deve seguir o mesmo princípio, sempre com o cuidado de impor alguns limites. “A autoestima da criança é estimulada através do elogio verdadeiro e sentido, da valorização dos talentos da criança, do reconhecimento, de regras e limites firmes sem cedências”, diz Bárbara Ramos Dias.

O professor possui a grande vantagem de conhecer a fundo as paixões e ambições da criança, podendo usar esse aspeto em seu favor. Cada aluno surge com o seu arsenal específico de aptidões. Ter este aspeto em conta é importante para levar os mais novos a sair da sua zona de conforto, ao mesmo tempo que se elevam pontos fortes.

Para o efeito, Bárbara Ramos Dias recomenta o Eneagrama, uma ferramenta que estuda a personalidade, ajudando as pessoas a tirar melhor partido das suas aptidões em situações de grupo. Existem alunos competitivos que “gostam de sucesso, precisando de reconhecimento pelo que fazem”, perfecionistas que “gostam de organizar, arrumar e ter tudo muito perfeitinho” ou entusiastas, que “gostam de se divertir e aproveitar a sua criatividade e diversão”.

Todos diferentes, todos com um papel importante. Sempre que possível devem adaptar-se retóricas, rotinas e tarefas, de maneira a que a criança tenha uma educação à medida das suas capacidades. Especialmente em turmas maiores, este objetivo pode ser um pouco mais difícil de alcançar. É necessário “dar atenção positiva”, ou seja, “reforçar talentos, proporcionar divertimento e passeios de cultura e aprendizagem”, dentro das possibilidades de cada professor.

 

Sala de aula ou espaço de partilha?

Enquanto educadores, a tarefa principal está em fazer da sala de aula um espaço seguro. Deve-se primar por um ambiente que não só valorize o trabalho da criança, mas que também ultrapasse os livros. Tal objetivo alcança-se através da observação do docente, que deve ser particularmente sensível a quebras de autoestima.

“Os sinais a estar alerta serão alterações bruscas de comportamento, isolamento, apatia, choro fácil, comportamento de vergonha exagerada, tristeza e dramatismo exagerado, birras constantes”, refere Bárbara.

De facto, quando colocar por palavras é difícil, o comportamento da criança fala por si. Há muitos problemas que se escondem por detrás de uma postura mais entristecida ou conflituosa. Ao criar um ambiente em que os mais novos se sintam à vontade para se expressar, contribui-se para a maior coesão do tecido escolar.

São gestos simples que cultivam esta cumplicidade. Muitas vezes, pequenas atitudes como mostrar-se disponível para “ouvir com atenção medos, dúvidas e anseios” ou dar às crianças ferramentas para chegar a “soluções que eles próprios veem” basta.

Em casa ou na escola, uma criança nunca deve sentir-se sozinha, em particular quando está em baixo. Cabe aos adultos em seu redor mitigar este sentimento, “de forma clara, positiva, construtiva, direta, sem grandes discursos, nem sermões”. Está longe de ser uma receita mágica, mas certamente faz milagres.

 

Por: Estrelas & Ouriços

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